De que esvoaçam,
Brancos, arcos…
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro…
Que ruínas (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros…
Solidões lacustres…
-Lemos e mastros…
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo…
-Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Brancos, arcos…
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro…
Que ruínas (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros…
Solidões lacustres…
-Lemos e mastros…
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo…
-Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Cesário Verde (Nós e Cristalizações)
No poema Nós, o sujeito poético, de modo a justificar o seu amor pelo campo, fala-nos sobre a presença de epidemias que grassaram na cidade de Lisboa durante a sua infância, causando muitas mortes e provocando, por essa razão, a fuga de milhares de pessoas para as zonas rurais. Na composição poética intitulada Cristalizações, o sujeito poético, enquanto deambula por uma rua da cidade, visualiza o trabalho de calceteiros, peixeiras, pedreiros e valadores, imortalizando o seu trabalho árduo e o seu sofrimento. Deste modo, ao mostrar as dificuldades das classes operárias, tece uma verdadeira crítica social às más condições de trabalho e de vida destas classes trabalhadoras. Finalmente, opõe às figuras atrás apresentadas a actriz que é retratada ironicamente.
Catarina Carreiro
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