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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Uma despedida do 1º Período


Esta vida de estudante, realmente... Piscamos um olho e já é Dezembro!

Neste período estudámos principalmente Pessoa, e, claro, os nossos conhecimentos sobre ele evoluíram. Assim evolui também, ao longo do tempo, a melodiosa língua portuguesa.

Vamos juntar Pessoa, o português e a pátria num poema? Parece que foi de propósito que encontrei este aqui...
Espero que o apreciem... Da minha parte, despeço-me por uns dias!


A nossa magna lingua portugueza

A nossa magna lingua portugueza
De nobres sons é um thesouro.
Seccou o poente, murcha a luz represa.
Já o horizonte não é oiro: é ouro.
Negrou? Mas das altas syllabas os mastros
Contra o ceu vistos nossa voz affoite.
O claustro negro ceu alva azul de astros,
Já não é noute: é noite.


Fernando Pessoa

Ângela

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Exemplos de Cartas


Vasco Alves
Rua Azul, nº29
5694-486 Lisboa

Exmo. Senhor Silva

Rua Vermelha, nº275694-589 Lisboa
Exmo. Senhor Silva,
Venho respeitosamente por este meio relatar um problema que existe na minha habitação. Existe uma mancha de humidade na parede da minha habitação, creio que seja derivada de algum problema na canalização do prédio.

Para evitar maiores danos espero que contrate um profissional o mais brevemente possível para solucionar o problema no prédio.

Se em breve o problema não for solucionado por um profissional vindo da sua parte, terei de contratar um eu mesmo e irei enviar a factura para o seu devido pagamento ser feito pela sua parte.

Atenciosamente
Vasco Alvesse


Catarina Carreiro

Estruturas da Carta de apresentação

ABERTURA

-Remetente e morada( no canto esquerdo)

-local e data

-Fórmula de saudação formal

ENCADEAMENTO

-remetente, filiação, morada, objectivo, argumentação e conclusão.

FECHO

-fórmula de despedida formal
-nome

- anexo
Catarina Carreiro

Exemplo de Curriculum Vitae

Nome: João Pedro Val de Andrade; Data de Nascimento: 26 de Agosto de 1959; Local de nascimento: Lisboa; Residência: 34, Rua da Esperança, 1400 – 999 BENFICA; Telefone: 7654321
Experiência Profissional
1981 – 1987 : TRANSCAR, Montagem e Assistência de Equipamentos Pesados, SARL.Apartado 533, 5002 – 999 Faro Codex; Telefone: 579341
Sob supervisão de um director de equipamento pesado (máquinas de terraplanagem, tractores, motores de geradores e gruas móveis) trabalhei como mecânico (diesel) sendo responsável pela reparação de motores, transmissões e aparelhos hidráulicos e também pela entrega de peças nas obras e reparações feitas no próprio local. Fui também responsável pela frota de viaturas dos “quadros” da Empresa.
1979 – 1981: Sociedade Geral de Trabalhadores Hidro – Eléctricos do SulSARL. Apartado 174, 3750 – 999 Faro – Codex; Telefone: 793452
Sob a orientação de um capataz e como aprendiz de mecânico, fui responsável pela conservação geral de maquinaria pesada de material circulante, motores e outros equipamentos. Fui também motorista substituto de um camião de aproveitamento de carburante diesel nas obras.
1975 – 1979: Estação de Serviço Auto - Videira, LdaLote 8A, Rua Fernão Lopes, 1700 – 999 Olivais – LisboaTelefone: 753219
Fui encarregue da venda de gasolina, lubrificação e mudança de óleo das viaturas. Nos dois últimos anos fui responsável pela conservação e manutenção da Estação de Serviços.

Formação
Escola Secundária: De Outubro de 1971 a Junho de 1974 frequentei aEscola Secundária da Amora, Quinta dos Inglesinhos,Cruz de Pau, 3500 – 999 SEIXAL, onde obtive o Diploma de 9º ano de escolaridade
Estágio: 1978, Centro de Formação Profissional de Reparação Automóvel – C.E.P.R.A – Rua da Guiné Moçambique, Prior Velho, 2685 – SacavémTelefone: 2516400
Efectuei um curso de mecânico durante 12 meses em horário post – laboral.


Fonte: Agência para Qualificação e Emprego de Ponta Delgada


Catarina Carreiro

Marcas línguisticas Do Curriculum Vitae

- Frase curtas;
-Função informativa;
-Terceira pessoa;
-Linguagem simples, precisa, breve e denotativa.
-Identificação;
-Função pretendida,
-Habilitações académicas;
-Formação complementar;
-Habilitações profissionais;
-Experiência profissional;
-Outros interesses .

Catarina Carreiro

Futurismo

Corrente que pretende o esquecimento do passado e a construção do futuro, desprezando tudo o que é classico e tradicional; repudiando o sentimentalismo; e cultivando a liberdade, a velocidade, a energia, a força física, a máquina, a violência, o perigo, a originalidade...

Catarina Carreiro

Sensacionismo

Compreensão da sensação como sendo a realidade de a vida e a base da arte.
Inexistência de fronteiras espácio - temporais; recurso a metáforas dinâmicas; sensação individual da percepção do mundo.

Catarina Carreiro

Orpheu

Nome de uma revista lançada em 1915 por Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, José de Almada e Negreiros, Luis de Montalvor e Ronaldo de Carvalho que pretendia reagir contra o tradicionalismo e o academismo oficial, criando uma ruptura com o passado.

Catarina Carreiro

Paulismo

Corrente que consiste na confusão voluntária do subjectivo e do objectivo; na acossociação de ideias desconexas; em frases nominais e exclamativas; aberrações da síntaxe; em vocabulário expressivo do tédio, do vazio da alma, do anseio de outra coisa, do vago; no uso indescriminado de maiúsculas para traduzir a profundidade esperitual de certas palavras...

Catarina Carreiro

Poemas lidos na aula (Violoncelo)

Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo…
De que esvoaçam,
Brancos, arcos…
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.

Fundas, soluçam
Caudais de choro…
Que ruínas (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...

Trémulos astros…
Solidões lacustres…
-Lemos e mastros…
E os alabastros
Dos balaústres!

Urnas quebradas!
Blocos de gelo…
-Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Cesário Verde (Nós e Cristalizações)
No poema Nós, o sujeito poético, de modo a justificar o seu amor pelo campo, fala-nos sobre a presença de epidemias que grassaram na cidade de Lisboa durante a sua infância, causando muitas mortes e provocando, por essa razão, a fuga de milhares de pessoas para as zonas rurais. Na composição poética intitulada Cristalizações, o sujeito poético, enquanto deambula por uma rua da cidade, visualiza o trabalho de calceteiros, peixeiras, pedreiros e valadores, imortalizando o seu trabalho árduo e o seu sofrimento. Deste modo, ao mostrar as dificuldades das classes operárias, tece uma verdadeira crítica social às más condições de trabalho e de vida destas classes trabalhadoras. Finalmente, opõe às figuras atrás apresentadas a actriz que é retratada ironicamente.
Catarina Carreiro

Saudosismo

POETA
Quando a primeira lágrima aflorou
Nos meus olhos, divina claridade
A minha pátria aldeia alumiou
Duma luz triste, que era já saudade.

Humildes, pobres cousas,como eu sou
Dor acesa na vossa escuridade...
Sou, em futuro, o tempo que passou;
Em mim, o antigo tempo é nova idade.

Sou fraga da montanha, névoa astral,
Quimérica figura matinal,
Imagem de alma em terra modelada.

Sou o homem de si mesmo fugitivo;
Fantasma a delirar, mistério vivo,
A locura de deus, o sonho e o nada.

Definição:
Figura transcendental que orienta, através da saudade, as pessoas de modo a que estas podem reconstruir uma Pátria gloriosa.
É uma pessoa sensível que não vê, antes sente o mundo como algo a que pertence mas onde não se integra.
MISSÃO:
Mostra na sua humildade, que é contra aquilo que acontece por vezes no mundo.
Catarina Carreiro

Simbolismo


  • O Simbolismo, movimento literário que antecedeu a Primeira Guerra Mundial (1913-1918), surge como reacção às correntes materialistas e cientificas da sociedade industrial do início do século XX. A palavra simbolismo é originária do grego, e significa colocar junto. Os simbolistas, negando os parnasianos, aboliram o culto à forma de suas composições. Resgatando um ideal romântico, os poetas desse período mergulharam no inconsciente, na introspecção do eu; entretanto o fizeram de maneira bem mais profunda que Garrett, Camilo Castelo Branco e outros românticos.
  • atmosfera de pessimismo;
  • importância do mundo interior do ser humano;
  • suporte da realidade interior, o eu profundo, pela realidade exterior;
  • existência de um mundo caótico, fechado e misterioso do inconsciente e subconsciente;
  • apreensão do impalpável através da intuição, sugestão;
  • uso da palavra - símbolo para estabelecer correspondência entre o mundo sensorial e o mundo espiritual;
  • valorização do eu profundo em detrimento do eu social.

- A realidade deixa de ter sentido em si mesma, existindo de acordo com a intuição de cada um traduzida através da palavra

Catarina Carreiro

Classificação Estrófica

Três estrofes

Classificação rítmica

  • Binário

Catarina Carreiro

Classificação Rimática

Tudo o que sonho ou passo, A
O que me falha ou finda, B
É como que um terraço A
Sobre outra coisa ainda B
Essa coisa é que é linda. B

TIPO DE RIMA
A-B-A_ Rima Cruzada
B-A-B_ Rima Cruzada
B-B_ Rima Emparelhada


Catarina Carreiro

Classificação Métrica

Di/zem/ que/ fin/jo ou/ min/to
Tu/do/ que es/cre/vo/. Não/.
Eu/ sim/ples/men/te/ sin/to
Com/ a i/ma/gi/na/ção/
Nã/o u/so o /co/ra/ção/.


Catarina Carreiro

No Poema "Isto"

Dizem que fingo ou minto

Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Catarina Carreiro

Texto Argumentativo( Eu simplesmente sinto/ com a imaginação/ não uso o coração)

Fernando Pessoa diz ignorar os seus sentimentos, mas na verdade ele transforma-os naquilo que lhe dita o seu Eu racional.
A teoria do fingimento vai ao encontro do poema "Isto", que nos revela a sua perfeição ao enganar o seu coração. Dando a entender que a obra influencia a vivência do poeta.
Como se sabe, Pessoa intelectualizava as emoções que desejava transmitir nos poemas, e criava então, uma dor fingida. No poema " Autopsicografia", num dos versos refere que: "Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente".
Desta forma, é enunciado que Pessoa existe de duas maneiras:
- a sinceridade poética e os verdadeiros sentimentos do autor, e é isso que o faz tão especial.
Em suma, Fernando Pessoa é influenciado pela obra, porque ele intelectualiza as emoções que deseja transmitir nos poemas, ignorando os seus verdadeiros sentimentos.

Catarina Carreiro

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Curiosidades ortográficas

É sempre bom lembrar que o nosso sistema ortográfico é uma tentativa de unificação da forma escrita, que é a partir da fala. Devemos respeitar todas as falas regionais. Portanto, se você diz “cadeado”, ou “cadiado”, não tem diferença. O importante é que, na hora de escrever, todos saibam por memória visual que “cadeado” se escreve com “E”.

"Receosa" - Muita gente atrapalha-se com este adjectivo porque vem de "receio", onde existe a vogal I. Em "receio", a sílaba tónica está em cima do E (ditongo); na palavra "receosa" há mudança da sílaba tónica, que vai para o "O" e o "I" desaparece (ex: passeio/ passeando, estreia/ estreou)

"Incompreensível" - M antes de C é impossível. M somente antes de P e B.

"milanesa" - Vem de Milão; os adjectivos referentes a lugares são sempre com S e no feminino não tem acento (ex: japonesa, portuguesa).

"lasanha" - Palavra aportuguesada, vem do italiano "lasagna", que vira o nosso NH. E nunca tem Z.

"acupunctura" - Muita gente fala erradamente "acumpuntura"; "acus" em latim é "agulha".

"asterisco" - "aster" no grego é a palavra "astro" em inglês, "star", "estrela"; "isco" é diminutivo; então "asterisco" é "estrelinha". Algumas pessoas falam erradamente "asterístico".

"prognóstico" - Conhecido como palpite, tem origem no grego. O prefixo PRO, “antes”, corresponde a "pré" (daí vem a palavra "profilaxia", que é medicina preventiva); "gnosis" é"saber" (daí vem a pessoa que não sabe ser um "ignorante"); "prognóstico", então, é saber antes, é uma previsão.

"desajuizado" --Vem da palavra "juiz", que já se escreve com Z, então "juíza", "ajuizar", "desajuizado", é tudo com Z. Mas o prefixo "des", de negação, é sempre com S.

"coordenação" -- Em algumas palavras com dois "o", às vezes a gente não pronuncia um deles quando fala (ex: álcool) e isso pode confundir na hora da escrita.

“alvorecer” -- Vem de alvo-branco, amanhecer, noite que se torna dia.
“cérebro” -- Todo palavra proparoxítona é acentuada. Em algumas regiões, as pessoas falam “célebro”, uma confusão com célebre, famoso.

“anteontem” --Muita gente fala “antiontem”, mas é importante saber que o “ante”, de “anteontem”, é o que vem antes, como antebraço e ante-sala. O “anti”, de “antigripal”, é de contra, assim como antivírus e antitetânica.

“estratosfera” -- Lembra extracto de tomate, extracto da conta bancária, são todos com o “X” que vem do verbo extrair. Estrato, com “S”, quer dizer camada. Por isso: estratosfera é uma das camadas da nossa atmosfera.

João Fagundo

O que é o realismo?


Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Antero de Quental e Teófilo Braga foram alguns dos mais importantes vultos que constituíram a chamada Geração de 70, que, a partir da «Questão Coimbrã» (polémica entre Castilho e Pinheiro Chagas), deu origem às «Conferências do Casino», na qual se enunciaram os mais importantes preceitos de uma nova cultura, que em grande parte se liga ao realismo de proveniência francesa e europeia.

Os romances de Eça e a poesia de Antero ligam-se (no primeiro integralmente; no segundo, apenas em parte) a essa nova estética, que é também representada pelos romances de Júlio Dinis e pela poesia de Cesário Verde (embora esta, como a de Gomes Leal e a de Guerra Junqueiro, apresente já nexos com a poesia simbolista).
O realismo procura retomar a objectividade na literatura (contra o subjectivismo emocional romântico), a sua ligação crítica mas construtiva à sociedade, e o rigor da escrita poética, assente num rigor reflexivo e numa planificação composicional.


João Fagundo

Poesia de Alberto Caeiro( visto na aula): O Guardador de rebanhos




Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

Catarina Carreiro

Interseccionismo



Movimento literário de vanguarda criado por Fernando Pessoa e que se caracteriza pela intersecção no poema de vários níveis simultâneos de realidade: a interior e a exterior, a objectiva e a subjectiva, o sonho e a realidade, o presente e o passado, o eu e o outro, etc. Poema paradigmático desta estética, Chuva Oblíqua exemplifica esta técnica de intercalamento que permite "o desdobramento possível de imagens vindas do exterior ou da nossa consciência, de proveniência visual ou auditiva, de experiências reais ou de sonho, etc., criando-se no poema [...] registos ou séries imagísticas objectivamente diferentes mas devidamente ordenados" (GUIMARÃES, Fernando - O Modernismo).

Catarina Carreiro

O que é o modernismo?




O modernismo é uma ambiência estética cosmopolita que define as artes e a cultura europeia e internacional na viragem do século, e, muito em especial, durante as suas primeiras duas ou três décadas.
Em Portugal, está ligada às figuras de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e muitos outros, e polariza-se em torno da revista Orpheu (1915).
Estética por excelência da diversidade (patente em outras estéticas adjacentes e movimentos de vanguarda - sensacionismo, paulismo, interseccionismo, etc…), da questionação dos valores estabelecidos ética e literariamente, da euforia face às invenções da técnica, da libertação da escrita.O modernismo marcou o século XX de um modo muito agudo, a tal ponto que com ele se articulam constantemente as teorias e as polémicas em torno de outras duas noções histórico-literárias e estéticas relativamente indeterminadas (modernidade e pós-modernismo), que só a sua matriz pode ajudar a explicitar.
João Fagundo

Cubismo



O cubismo é um movimento estético que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.
O cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objecto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.
O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases:
Cubismo pré-analítico ou Cubismo Cézanniano - uma espécie de "preparação" para o cubismo, onde as primeiras características surgem.
Cubismo analítico - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas;
Cubismo sintético - foi uma reacção ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis.

Catarina Carreiro

Fernando Pessoa

Num dia em que estávamos a estudar na biblioteca a senhora Fernanda quis contribuir para o nosso trabalho e forneceu-nos esse pequeno texto que me despertou algum interesse


"Eis um convite que aqui trazemos. Convite para a aventura apaixonante de ler a poesia de Fernando Pessoa, mas como se penetrando num continente surpreendente e misterioso. Convite para a navegação nos labirintos da sua personalidade múltipla, profunda e enigmática. Convite para a descoberta da fugidia unidade que se esconde por detrás das mascaras dos heterónimos. Convite para que cada um de vós, leitores, encontre a sua pessoal resposta para aquelas interrogações: porque foi este homem discreto, obscuro e sem títulos, este e não outro, de entre os Portugueses do século XX, escritores, artistas e cientistas, catedráticos, generais e políticos, o escolhido para representar o espírito português no mundo? E, mais do que isso, talvez o escolhido(pela eleição natural do génio)para representara grande crise de identidade do homem moderno, dividido entre a força atávica ou subconsciente das suas raízes e tradições espirituais e a fragilidade da sua moderna estrutura intelectual, psicológica e moral, estilhaçada pela perde dos antigos valores e contudo incerta perante as ideias e as ideologias que se reclamam do futuro mas suscitam também reservas e incertezas.
Os citados críticos franceses, deslumbrados pelos sinais mais exteriores e espectaculares da personalidade literária de Fernando Pessoa, insistiram sobretudo nos aspectos inovadores e modernistas da sua obra, na questão intrigante dos heterónimos ou na inteligência prodigiosa de todos os seus escritos. Se ficássemos por aqui, no entanto, pouco avançaríamos no conhecimento da poética pessoana.
É que se Pessoa foi um inovador, foi também um expressor de princípios e arquétipos que transcendem as categorias do tempo; se foi um moderno e um modernista, foi também um incansável pesquisador e assuntor do tradicional, do secreto, do mítico, do enigmático, do que se perdeu ou esqueceu e contudo está vivo, porque é talvez perene na cultura portuguesa e universal mais profunda; se, com a invenção dos heterónimos, exprimiu como ninguém a cisão psicológica e espiritual da alma humana, através da sua própria alma, conflitualmente dividida em estratos sobrepostos, ao mesmo tempo nunca deixou de perseguir o nódulo interior ou o princípio de unidade, orientador da reconvergência possível, como telos ou fim último da gesta humana neste mundo de geração e de corrupção;e se a sua fulgurante inteligência analítica dá por vezes impressão de sofística ou dialéctica (tal a facilidade com que manipula os conceitos mais difíceis) há sempre nela, ao mesmo tempo, uma sinceridade, uma autenticidade, um pathos de sofrimento, de angústia."


João Fagundo

domingo, 2 de dezembro de 2007

Fernando Pessoa: o poeta dos heterónimos

Fernando Pessoa é o poeta dos heterónimos; o poeta que se desmultiplica ou despersonaliza na figura de inúmeros heterónimos e semi-heterónimos, dando forma por esta via à amplitude e à complexidade dos seus pensamentos, conhecimentos e percepções da vida e do mundo; ao dar vida às múltiplas vozes que comporta dentro de si, o poeta pode percepcionar e expressar as diferentes formas do universo, das coisas e do homem.







Os heterónimos podem ser vistos como a expressão de diferentes facetas da personalidade de Fernando Pessoa e como a manifestação de uma profunda imaginação, criatividade e ficção que desde cedo se revela no poeta - recorde-se que o primeiro heterónimo, o Chevalier de Pas, foi inventado quando o poeta tinha seis anos. Os mais conhecidos e com produção literária mais consistente e constante são, no entanto, outros: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Mas para além destes heterónimos Fernando Pessoa, desdobrou-se em inúmeros semi-heterónimos e pseudónimos, personalidades com uma biografia traçada com maior ou menor detalhe, personalidades com vidas literárias mais ou menos intensas, personalidades que acompanharam o poeta durante um tempo muito ou pouco significativo e que, quantas vezes, se desdobram elas mesmas em outras.

João Fagundo

Ficha de leitura funcional:

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO: Para compreender Fernando Pessoa
AUTORA: PAIS, Amélia Pinto
DATA DE PUBLICAÇÃO: Maio de 1996
EDIÇÃO: 1.ª edição, 2.ª tiragem (5000 exemplares)
LOCAL DE EDIÇÃO: APARTADO 1156 - 4103 PORTO CODEX
EDITORA: AREAL EDITORES

TÍTULOS DOS CAPÍTULOS LIDOS: "Vida e obra", "A época", "Os «mestres»", "O período de formação", "O ano triunfal", "A poesia do cancioneiro", "A poesia de Alberto Caeiro", "As odes de Ricardo Reis", "Conclusões".

COTA: "A paixão de aprender"
Nº DE PÁGINAS LIDAS: (até agora) cerca de 260, num total de 328.

ASSUNTO: Ao contrário do que o título indica, e tal como a autora admite na introdução, o livro visa apenas tentar compreender Fernando Pessoa, e transmiti-lo a quem estiver interessado. O clima intelectual da época e o pensamento e criação deste "ser múltiplo" são os tópicos mais abordados ao longo da composição.
PALAVRAS-CHAVE: "Fernando Pessoa", "poesia", "fingimento poético", "sensacionismo/objectivismo", " dicotomia pensar/sentir", "Cancioneiro", "explosão heteronímica", "Álvaro de Campos", "Alberto Caeiro", "Ricardo Reis", "Bernardo Soares", "A Mensagem"...
DATA DE LEITURA: entre Outubro e Dezembro.

ÁREA CIENTÍFICA: Literatura
SUB-ÁREA CIENTÍFICA: Interpretação de Fernando Pessoa e heterónimos
OBSERVAÇÕES: a capa do livro é azul, e contém uma ilustração de Fernando Pessoa, sentado em frente a uma secretária...

NOTAS SOBRE A AUTORA: Amélia Pinto Pais nasceu na Guarda (1943), e tendo sido professora, encontra-se actualmente aposentada em Leiria. A sua vida, dedicou-a ao estudo e ensino da literatura portuguesa. Nos últimos 25 anos, publicou diversos livros, em geral de natureza didáctica e ensaística. Tem poemas seus publicados no n. 10 (Outono de 2006) da revista DiVersos e em páginas da rede.
Tem colaborado em blogs colectivos e é autora do blog “Ao longe os barcos de flores”.
Na Areal Editores, publicou Uma História da Literatura em Portugal e os títulos Para compreender os Lusíadas, Para compreender Fernando Pessoa, Eu cantarei de Amor – poesia lírica de Luís de Camões, Auto da barca do Inferno de Gil Vicente, uma edição escolar anotada de Os Lusíadas, Os Lusíadas em prosa (inclusivé traduzido em francês), Saber português e Ensinar os Lusíadas. Publicou ainda vários manuais, entre os quais o Ser em Português (10.º, 11.º e 12.º anos).
Recentemente (18-10-2007), apresentou um novo livro: Fernando Pessoa, o menino da sua mãe, editado pela Âmbar e dedicado ao público infanto-juvenil.

RESUMO/ARGUMENTO: Numa linguagem extremamente acessível, é apresentado ao leitor o mundo de Pessoa, que, já todos o sabemos, nunca foi plenamente linear na sua atitude face à vida. Apresentados os momentos mais marcantes da existência do poeta, é exposta a sua repercussão na sua obra, bem como no seu universo quotidiano.
Assim, é desdobrado cada um dos três principais heterónimos, depreendendo-se, finalmente, a unidade que justapõe a diversidade daquele que gerou, no século XX, a mais notável renascença poética de que há memória...

ESTRUTURA (organização da obra e o significado das suas partes)
Introdução/Apresentação: No primeiro capítulo, faz-se uma espécie de preparação ao leitor, onde se fala na importância de Fernando Pessoa a nível nacional e internacional, e se referem as suas publicações de maior relevo.
Desenvolvimento: De seguida, a autora mostra a importância do clima de euforia, optimismo e prosperidade na crise de consciência que foi presidida por vultos como Freud e Einstein. Na sequência da sua actuação, surgiria o Modernismo, corrente onde se insere Pessoa, marcado pelo fingimento/transposição, multiplicidade do Eu, pessimismo e decadentismo, intensão de chocar, intelectualismo e sondar do inconsciente.

É então que se aborda com mais profundidade a vida civil do poeta, bem como a sua vida plural, analisando, uma a uma, as personalidades de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Síntese: A intenção da autora é revelar ao público as particularidades de cada faceta de Fernando Pessoa, enfatizando, no entanto, que todo este poeto-drama constitui uma unidade, na medida em que há temas que reincidem nos vários heterónimos/ortónimo (a brevidade do tempo, a dor de pensar, o Destino...), e há um estilo comum, repleto de jogos de palavras, oxímoros, ritmo e musicalidade do verso...
Pontos fracos e fortes do documento: Gostaria de fazer uma reparação quanto à escassez de figuras que tornem a leitura mais atraente, mas, na realidade, esta falta é ultrapassada pela forma comunicativa e quase familiar como o texto se encontra redigido: tem uma compreensão bastante fácil e uma pertinência textual louvável.

Conclusão:
AUTORES/PERSONAGENS/ESCOLAS DE PENSAMENTO
Principais Autores Citados ou eventuais Protagonistas identificados no texto:
no fim de cada capítulo, Amélia Pais tece uma síntese com vários comentários, não só de críticos, mas mesmo dos seus alunos anteriores. Isto é um argumento à sua escrita prespicaz e agradável...

Escolas de pensamento mencionadas no texto
Nada a declarar.

REFERÊNCIAS HISTÓRICO-CULTURAIS (tempo, espaço, factos históricos: contextualização)
Referência à época de vivência de Pessoa, e a alguns episídios da actualidade usados para exemplificar determinadas situações.

RECURSOS DE ESTILO E LINGUAGEM (forma, conteúdo, nível de rebuscamento e de profundidade científica, etc.)
Linguagem clara, objectiva e acessível.

CONCEITOS (temas, problemáticas)
Tema: vida e obra de Fernando Pessoa.

Contrato de Leitura

Ângela Maresch Rosa da Silva, estudante na Escola Básica/Secundária do Nordeste, aluna do 12º ano, turma B, assina, conjuntamente com o professor de Língua Portuguesa Adelino Tavares Martins, o presente contrato, onde se estabelece que a aluna se compromete a ler e estudar a obra “Para compreender Fernando Pessoa”, da autoria de Amélia Pinto Pais, publicada pela Areal Editores. O resumo desta obra será publicado no espaço http://portugues12ano3.blogspot.com/, onde se integrará num projecto de Leitura Funcional.

Na sequência da aceitação mútua dos termos supracitados, como sinal de aceitação mútua dos termos supracitados, como sinal de compromisso, seguem-se as assinaturas das entidades celebrantes.

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(Ângela Maresch Rosa da Silva)

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(Adelino Tavares Martins)

Nordeste, 1 de Dezembro de 2007.

sábado, 1 de dezembro de 2007

1 de Dezembro: Dia Mundial da LUTA CONTRA A SIDA

Hoje é 1 de Dezembro, considerado o Dia Mundial da SIDA desde 1988. Aproveitando a ocasião, que é propícia, e uma vez que a SIDA é uma realidade, como alunos de ciências, optámos por expôr agora um pouco daquilo que se conhece sobre este síndroma.

A SIDA é provocada pelo famoso HIV, que é um vírus (aliás, um retrovírus, pois o seu genoma é de RNA). Este, ataca as proteínas da membra de algumas células e também de linfócitos, que são uma espécie de glóbulos brancos que existe, entre outros, no sangue e na linfa, e cuja função é criar anticorpos. Assim, a informação genética do HIV funde-se com a da célula atacada, adulterando-a.

O linfócito começa então a produzir os chamados virions, em quantidades tão grandes que acaba por estoirar. É a morte celular, ou apoptose. Se preferir, pode imaginar a situação como um suicídio do linfócito, que é provocado pelo retrovírus HIV.
Como é do conhecimento geral, o HIV pode ser transmitido. Quando isto acontece, somente uma ou duas semanas depois há possibilidade de haver febre, mal-estar, vermelhidão na pele (eritremas)... fenómenos que desaparecem, mesmo sem tratamento, passadas algumas semanas.

Num segundo estágio, o HIV praticamente não é detectável, pois, curiosamente, o organismo consegue, de facto, combatê-lo. De qualquer forma, o indivíduo é considerado seropositivo. Isto, durante cerca de oito anos...

Quando o número de linfócitos (aqueles tais corpos responsáveis pela imunidade do organismo) se torna progressivamente mais baixo, e rareia até menos de 200 linfócitos por mililitro de plasma, o organismo é portador de SIDA. Nesta altura, começa a perda de peso, cansaço, tosse... enfim, o resultado das doenças oportunistas que aproveitam a susceptibilidade do organismo para se infiltrarem. Infelizmente, até hoje não foi encontrado nenhum método de evitar a morte subsequente a esta etapa.

O HIV pode ser transmitido por via intravenosa, sexual ou vertical (mãe-filho). Como tal, é altamente desaconselhável a manutenção de relações sexuais sem preservativo, especialmente com múltiplos parceiros, e, claro, a partilha de agulhas na toxicodependência. Do mesmo modo, se recomenda aos profissionais de saúde que primem na higiene, pois uma ferida indectectável na mão do médico que toca numa ferida do paciente é o suficiente, em 1 em cada 100 casos, para haver infecção. Contudo, nunca é demais repetir que o indivíduo com SIDA não deve ser discriminado: afinal, o HIV não se transmite pelo toque, beijos, espirros, água da piscina, etc..

Feitas as contas, em todo o mundo há mais de 45 milhões de pessoas infectadas, estimando-se um contágio de 15 mil por dia! Portugal já soma os 42 mil casos detectados de seropositividade, o que deve ser motivo para reflexão.

O diagnóstico da seropositividade é feito por sorologia, isto é, análise sanguínea. Por sua vez, os tratamentos para esta complicação geram, muitas vezes, um decréscimo na qualidade de vida de quem os toma. Aliás, a própria esperança de vida do organismo é afectada. No entanto, o número de virions fica eficazmente controlado, prolongando, contanto, o tempo de vida do indivíduo.

Tudo indica que a SIDA tenha aparecido de uma versão semelhante que afectava os símios, em África. Caçadores terão contactado com o sangue de animais infectados, adquirindo o síndroma. Entretanto, surgiram vários casos da infecção nos EUA, de início entre homosexuais, e mais tarde tinha-se expandido por todo o mundo, e naturalmente alastrou-se até aos heterossexuais.
O combate à seropositividade em Portugal passa, entre outros por um programa do Ministério da Saúde, em colaboração com várias ONG, no qual se previne o contágio por seringas usadas. Distribui-se, para tal, o KIT SIDA, que contém:
  • Duas seringas estéreis;
  • Dois toalhetes embebidos em álcool a 70º;
  • Um preservativo;
  • Uma ampola de água bi-destilada;
  • Um filtro;
  • Uma bula com informação prática sobre comportamentos que permitem reduzir os riscos de transmissão da SIDA e das hepatites.
Existe também o projecto FightAIDS@Home: uma iniciativa do The Scripps Research Institute em parceria com a IBM, que visa utilizar o poder de processamento de milhares de computadores pessoais para auxiliar na pesquisa da AIDS. O projeto permite que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, doe a capacidade de processamento ociosa de seu computador em benefício da pesquisa por melhores medicamentos e em busca de uma possível cura da doença. Não hesite em aceder à página e aderir através da seguinte hiperligação:
Este tipo de projectos é muito importante na linha da prevenção da infecção com HIV, não só este último (FightAIDS@Home), como o projecto KIT SIDA, e mesmo a iniciativa que nós tomámos neste blogue. Acontece que uma mentalidade esclarecida em relação a estes assuntos permite enfrentar o mundo com mais segurança e também justiça. Não nos podemos esquecer da situação vergonhosa que se passou há umas semanas, quando um cozinheiro com HIV foi despedido do restaurante onde trabalhava, alegadamente por ser portador do retrovírus (hoje consta que o seu despedimento adveio apenas da caducidade do contrato, e que o cozinheiro, de origem africana, até já encontrou um trabalho noutro restaurante...). Agora que já temos dados para julgar, já podemos impôr a nossa opinião...

Deixem, portanto, que congratulemos a iniciativa da Associação Médicos Com Escolha, que promoveram hoje, Dia Mundial da Luta contra a SIDA, um almoço confeccionado por seropositivos.

Ângela

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Reencarnar em Alberto Caeiro (poemas criados na aula)

Ver numa flor, uma flor apenas,

Ver numa borboleta, somente uma borboleta,
E não crer em nada daquilo
Que não existe de facto...
Parece ser simples, mas é mais simples ainda:
É ver, sentir, amar uma Natureza Perfeita.



A Natureza é tão completa
Que pensá-la só com o olhar
É suficiente para me saciar a mente...




Ângela

Alguns Poemas Líricos

É uma cantiga para embalar
Deita, filho E constrói teu sono O medo já vem Fecha os olhos dos ouvidos Faz escuro aos ruídos Amortece o brilho desse som. A angústia gira muda No longplei sem sulcos Da noite sem insônia Dorme filho Faz silêncio na Amazônia. Millôr Fernandes Catarina Carreiro Menina Menina de serenos olhos, Amiga daqueles que te rodeiam. Refletes nas tuas perfeitas feições Todo o puro, verdadeiro e sincero.
Catarina Carreiro
Amor de tua alma-criança Festejo cada encontro nosso, Recolho cada palavra de carinho, Imagino cada emoção sentida... Elevo o pensamento aos céus, Depois da cada dia vivido, Respeitosamente pedindo a tua felicidade. Impresso na foto está o teu rosto sorridente Colocado no porta-retrato da mente, Habituando-me eu, assim, à tua presença. Busco compreender os vôos inquietos da tua fantasia, Riqueza permitida apenas ao mundo-criança. Agrada-me saber que tens sonhos Unicamente, porque aqueces os corações Neles penetrando com a força de teu carinho

Catarina Carreiro

Reescrição do texto " A importância das expressões artísticas no seio da humanidade"

Arte define-se como a aplicação de técnicas e/ou saberes com vista à concepção de um objecto. Contudo, vulgarmente adquiriu uma conotação de “criação de beleza”, focando-se nas áreas da Musica, Pintura/Desenho, Escultura, Dança, Literatura, teatro e Cinema. Como tudo, para alguns tem um grande valor e para outros é meramente acessória, servindo propósitos que vão desde simbolismo até ao gosto pessoal do artista. É inegável que a Arte ocupa lugar na nossa vida, nem que seja apenas na roupa que usamos e no “comics” do jornal de Domingo.

E sempre foi assim. Já na era pré-histórica, os Homens perpetuaram as suas caçadas nas paredes das cavernas. Posteriormente, o Líder nazi usou arte da persuasão (retórica) para angariar um poderoso exército anti-semita. Trazendo consequências mais ou menos felizes, a Arte exprime as ideias e convicções de povos ou culturas, quer do passado, quer do presente.

De facto, o artista empreende um esforço imaginativo, transcende os limites do real, desenvolvendo as suas capacidades cognitivas… até que cria um produto artístico, que expõe uma forma exclusiva de entender o Mundo, homenageando-o ou censurando-o. Ao apelar por aquilo que é universal entre os seres humanos, a Arte constitui um potencial meio de crítica. E é deste modo que afecta (para bem ou para o mal) o comportamento da sociedade.
Por outro lado, comunidades isoladas evidenciam uma outra faceta da Arte: o seu carácter particular, que se prende com as preferências estéticas de cada povo, inerentes à sua cultura.
Em suma, convém reter que a Arte estabelece pontes de comunicação entre as culturas. Conta as histórias do presente e do passado, inspirando novos e velhos a criar mundos fantásticos.


João Fagundo

Texto Lírico

Orientado para a expressão do "eu", com predominância de comunicação de sentimentos, assentando numa fusão do mundo exterior e do interior. Há um investimento particular do sujeito na enunciação, que faz com que a experiência aludida se torne inseparável da linguagem que a anuncia, para o que normalmente contribui de forma decisiva o ritmo do discurso. É um importante património da Literatura Portuguesa.
Catarina Carreiro

Entrevista a Alberto Caeiro















O que é ser heterónimo de Pessoa?

É fazer parte de um todo que é uno e múltiplo. É ser poeta, ser sensível, criativo. Ver o mundo de uma forma muito própria e especial, como quem é capaz de se multiplicar a si próprio.

Como é o seu processo criativo?

Recuso pensar. Deixo-me levar pelas sensações em plena comunhão com a natureza. Vivo a simplicidade.
Não me importo com as rimas. Raras vezes...
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. Penso e escrevo como as flores têm cor, mas com menos perfeição no meu modo de
me exprimir
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.

Como pensa em Deus?

Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...

Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!

Dizem que o senhor recusa o pensamento metafísico e compreende o mundo através das emoções. Como é sentir o mundo dessa forma?

Pensar é estar doente dos olhos. É muito melhor sentir.

Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Existe algum mistério no Universo?

O único mistério do Universo é o mais e não o menos.
Percebemos demais as coisas — eis o erro, a dúvida.
O que existe transcende para mim o que julgo que existe.
A Realidade é apenas real e não pensada.

O que pensa sobre a morte?

Creio que irei morrer.
Mas o sentido de morrer não me move,
Lembro-me que morrer não deve ter sentido.

O que têm os seus versos de novo?


Todos amam as flores por serem belas, mas eu sou diferente,
E todos amam as árvores por serem verdes e darem sombra, mas eu não.
Eu amo as flores por serem flores, directamente.
Eu amo as árvores por serem árvores, sem o meu pensamento.

O que é pensar para si?

Pensar é essencialmente errar.
Errar é essencialmente estar cego e surdo.

Escolheu ser poeta ou a poesia surgiu naturalmente na sua vida?

Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho.





João Fagundo nº 12

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Reescrita do Editorial

Como o leitor naturalmente sabe, entre as classes sociais que conhecemos, existem papéis e deveres diferentes. Assim, ainda que os mais abastados provenham de castas nobres, não é exacto afirmar que estes desempenham cargos mais (ou menos) importantes. Comparemos somente as classes sociais a um prédio: os ricos ocupam o andar de cima, que é mais alto e tem uma vista mais abrangente - ou seja, têm facilidade em enxergar mais longe; os pobres habitam o rés-do-chão, onde têm horizontes mais curtos e de uma vista pobre. Na realidade, nem por isso o prédio poderia subsistir sem o andar rés-do-chão (seria fisicamente impossível!), e também não seria considerado "prédio" se não possuísse os andares mais altos!

No entanto, e infelizmente, não é pouco frequente ver os mais abastados tomando os seus inferiores como escravos. Como vimos, isto é extremamente injusto e retrógrado. Um bom trabalho dos operários (no sentido primitivo da palavra) acabará por favorecer o superior, um mau trabalho destes recairá sobre os ombros dos subordinados. Não é evidente que, desta forma, as fundações do nosso prédio se tornam frágeis e debilitadas, e as rubustas paredes superiores desabarão, sem ter onde se sustentar?

E é assim que têm origem as enormes discrepâncias sociais deste Mundo, onde os pobres pedem esmolas e muitos ricos se limitam a recusar-se a dá-las.

Em suma, retenha que muitas vezes não somos possuidores daquilo que nos pertence, quer por usufruirmos de menos do que o justo, quer por gozarmos de mais do que o legítimo. Lembre-se que não somos ninguém isoladamente, e faça justiça pelas suas mãos: se se julga prejudicado, manifeste-se, pois (é estranho, mas é verdade) por vezes os responsáveis não têm consciência das situações que criam - aliás, a si, e a outros que vivam a mesma situação; se, por outro lado, admite que deve a alguém (quem sabe, à própria vida...) muito daquilo que possui, dê!

Distribua tudo o que não lhe faz falta e partilhe as suas vitórias - a verdadeira riqueza não vem em chèque, avalia-se na pureza de um sorriso...

Ângela Silva

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Resumo do Texto " Fortuna e Amor"




Uma senhora chamada Gabriela Mascarenhas, solteira, vivia em Lisboa e trabalha numa empresa. No seu dia de folga, houve um advogado chamado António Sena Tejo que a informou, sobre uma herança que um Sr. Stanlislaw Koetcher lhe deixou e na carta dizia " É em nome da sua avó, Maria Francisca, que lhe deixo todo o meu património, em nome do passado extraordinário que nos uniu. Porque o amor não escolhe barreiras nem entraves e é mais forte do que a morte." Então, combinaram encontrar-se, e na altura que se viram apaixonaram-se. Ele explicou-lhe o que ela tinha: " um apartamento em Varsóvia,com todo o seu recheio, prédio urbano em Varsóvia, composto por doze apartamentos, duas fábricas de calçado no Norte da Polónia, dois apartamentos em Paris, quinta Vinícola na Provença, Sul da França, casa de férias em Veneza. Quanto a bens financeiros, quatro milhões de euros em acções em várias empresas, sobretudo bancose duas contas bancárias, uma na Suíça e outra na Polónia, no valor de 25 milhões de euros." Informou-a do seu braço direito Karol e que tinha de viajar para Varsóvia o mais depressa possível para colocar tudo em dia. Não êxitou, viajou para saber o que Stanislaw a ver com a sua avó. Foi ter com Karol à sua empresa, e Karol mostrou-lhe a empresa e a cidade. Ao anoitecer ele levou a casa dela dizendo que voltava já. Consoante isso, ela foi ao escritório ver as cartas e sentiu um barulho foi ver o que era, era Karol com um ar de estranho que disse:


- Sua ladra portuguesa vais morrer, porque nem devias ter nascido. - pegou num ferro para lhe bater quando levou um tiro na perna: eram o advogado e dois policias. O advogado disse a ela que:


- Na carta do teu testamento tinha lá uma cláusula a dizer se morresses Karol ficava com tudo. - No meio daquela confusão, convidou-a para jantar. Ele expressou os seus sentimentos pedindo-a em namoro. Gabriela perguntou se ele queria ser seu advogado e braço direito. Com muita satisfação aceitou e foram dançar.




Catarina Carreiro

Contrato de Leitura
Catarina Alexandra Cordeiro Carreiro, estudante na Escola Básica/Secundária do Nordeste, aluna do 12ºano, turma B,assina, conjuntamente com o professor de Língua Portuguesa Adelino Tavares Martins, o presente contrato, onde se estabelece que a aluna se compromete a ler e estudar a obra "Fortuna e Amor", da autoria de Adélia Rosa, publicada pela Edimpresa Editora.O resumo desta obra será publicada no espaço http://portugues12ano3.blogspot.com/ ,onde se integrará num projecto de Leitura Recriativa.
Na sequência da aceitação mútua dos termos supracitados, como sinal de aceitação mútua dos termos supracitados, como sinal de compromisso, seguem-se as assinaturas das entidades celebrantes.
_____________________________________
(Catarina Alexandra Cordeiro Carreiro)
_____________________________________
(Adelino Tavares Martins)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Alguma vez escreveu a sua "trajectória de vida"?

Se sim, é bom sinal: indica que provavelmente se encontra empregado ou então que transitou dum percurso académico. Não compreendeu? Ahh! Talvez eu devesse ter usado a tradução latina da expressão "trajectória de vida", a qual é (nem mais nem menos que...) Curriculum Vitae, ou simplesmente CV. Já sabe a que me referia? Pois é; e para quem não sabe, passo a explicar: o currículo é um documento onde se encontra descrita a vida académica e profissional de uma pessoa, servindo o propósito de informar uma entidade empregadora (ou, algumas vezes, uma instituição académica) acerca das aptidões, qualificações e competências daquele indivíduo.


Este documento inclui os dados pessoais para contacto, as experiências profissionais do candidato, a sua formação académica, aptidões e competências individuais e outras informações adicionais pertinentes, sempre que possível, atestadas por documentos autenticados. Para além disto, o CV deve vir junto com uma carta de apresentação.

Uma vez que os currículos são consultados pelo patronato com relativa rapidez, devem ser breves e claros: demasiadas palavras podem aborrecer o recrutador, levando-o a simplesmente colocar a proposta de parte.
Existem, como é natural, uma série de protocolos que convém respeitar, nomeadamente em Portugal. Por exemplo, evitar enviar certificados (e mesmo o próprio CV na sua totalidade) fotocopiados ou demasiado fotocopiados. É inútil e prejudicial, pois revela falta de brio e até de empenho. Se estiver interessado no tema, recomendamos vivamente que clique no endereço seguinte, onde se encontram várias sugestões do género da anterior:

Agora acho que estamos conversados. Deixe-nos apenas fazer mais umas recomendações...

...e, se for caso disso, desejar-lhe francamente uma BOA SORTE!


Ângela

domingo, 25 de novembro de 2007

Texto de reflexão: "Será possível COMUNICAR sem PERSUADIR?"


Que pensa o leitor? Será possível comunicar sem persuadir? Encontrei esta frase interrogativa, em jeito de pensamento do dia, num site, algures pela rede, quando estava a pesquisar para redigir, precisamente, o artigo anterior (que, já agora, recomendo vivamente a quem tiver um tempinho! Hi!, hi!, hi!...) Num primeiro impacto, parecia-me que tinha uma resposta na ponta da língua para aquela pergunta: julgava eu que sabia alguma coisa sobre comunicação...

Voltei a pesquisar, e descobri, com algum espanto, que a comunicação deriva do termo latino communicatiõne, que por sua vez designava o acto de participar, tornar comum. Aliás, foi esta a origem das palavras comum, comunista, comunhão... Desta forma, somos obrigados a reconhecer que o sentido de "conferenciar" a que frequentemente associamos a palavra "comunicar", ainda que não seja inadequado, não chega, por si só, para definir comunicação.

Para todos os efeitos, comunicar é fazer passar algo do comum para o colectivo; e processa-se quer se troque informação com significado, quer não. Ou seja, existe comunicação quando há partilha de mensagens, experiências, sensações, emoções... Por conseguinte, cinquenta pessoas, quietas e mudas, a admirar um filme na casa de cinema, estão efectivamente a comunicar entre si!

Por sua vez, "persuadir", originário no termo persuadere (igualmente de génese latina), exprime o acto de levar alguém a crer, aceitar ou decidir fazer algo - que, sem embargo do que consta, nem sempre resulta é sinónimo de iludir ou lesar o persuadido. O efeito pode ser obtido não só usando palavras (textos, discursos, campahas...), como até recorrendo à coacção (mas só em casos extremos!)...

Será, então, possível comunicar, sem persuadir? Sabendo que existe comunicação sem significado (como a partilha de uma experiência como o hipotético filme na casa de cinema), a resposta é... SIM, é possível. Na realidade, apesar de a persuasão ser um conceito também abrangente, não existe qualquer intenção de fazer prevalecer uma ideia quando nem sequer existe a transmissão desta ideia!

Ainda assim, o erro poderia ser desfeito se o autor da pergunta referisse que a comunicação tinha que ser intelegível. Assim, sim, seria impossível comunicar sem persuadir...


Conclusão: "Se o aspecto não fosse apenas a aparência, quase tudo e todos tinham aspecto". Ora aqui esta outra frase com bom aspecto, mas que, como a anterior, só tem a aparência!...

Ângela

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Texto informativo-expositivo, texto expositivo-argumentativo, texto de opinião, texto de reflexão, dissertação... Não é tudo a mesma coisa?

Para um primeiro artigo "à séria", certamente poderíamos ter encontrado um tema mais simples para discutir... mas dada a importância da coisa, preferímos começar mesmo por aqui. É que sinceramente, estes textos têm sido alvo de certa injustiça por parte da comunidade menos informada, ao serem julgados como semelhantes, ignorando-se, portanto, as particularidades de cada um deles...

Texto informativo-expositivo



Para começar, vamos abordar a definição de exposição. Este termo é associado a explanar ou explicar uma temática, de forma denotativa, procurando precisamente informar, esclarecer o alocutário acerca daquela matéria. E é, de facto, esta a essência de um texto informativo-explicativo.

Tal como os restantes textos, enquadra-se na estrutura canónica (introdução, desenvolvimento e conclusão), incluíndo, geralmente, as seguintes fases:
  • introdução ao tema;
  • definição do propósito da exposição;
  • comentário sobre os pontos de maior relevo, que devem ser encadeados sequencialmente e corroborados por evidências;
  • conclusão, onde frequentemente se recapitulam as ideias principais da exposição.

Como é bom ver, as exposições não têm necessariamente que ser escritas: há a possibilidade de serem orais, havendo maior ou menor dinamismo na apresentação. Na verdade, apesar do dinamismo ser importante no texto informativo-expositivo, de forma a tornar a informação que se pretende transmitir mais compreensível, não se revela nesta tipologia tão decisivo como na que observaremos a seguir...

Texto expositivo-argumentativo


O atento leitor certamente já detectou semelhanças (nomeadamente ao nível do nome) entre o texto informativo-expositivo e expositivo-argumentativo. Em comum, têm não só a origem semântica como também a maioria das características. Contudo, algo tão pequeno (ou tão grande) como o objectivo do texto, faz com que estes dois sejam substancialmente divergentes.

Se a função do texto informativo-expositivo é informar, como acabámos de realçar, a finalidade do texto expositivo argumentativo é mais ambiciosa: tenciona persuadir e convencer o público-alvo quanto a uma tese ou um juízo. Para tal, expõem-se argumentos de vários tipos, recorre-se à exemplificação e, na melhor das hipóteses, põe-se "por terra" qualquer teoria em oposição. Estruturalmente, não existem diferenças de maior entre os últimos dois tipos de texto, mas neste aqui, existe uma certa liberdade no que diz respeito à sequência dos argumentos: por uma questão estratégica, podem ser dispostos por ordem crescente ou decrescente de relevância, conseguindo assim capturar a atenção e a credibilidade do destinatário.

Prepare-se para a subida de nível de subjectividade do...
Texto de opinião

Desta feita, o locutor propõe-se a conquistar adeptos para um ponto de vista (ou opinião, porque não?), investindo especialmente na clareza e na retórica. Enquanto o texto argumentativo-explicativo se serve da dialéctica para fazer as suas demonstrações (a dialéctica pode ser definida como "a lógica da aparência"), o texto de opinião, menos objectivo, emprega instrumentos da retórica (tais como deduções e induções, etc., que, como se sabe, não são técnicas potencialmente exactas...), para convencer.
Muitas vezes, o texto de opinião surge na sequência de um evento controverso, sobre o qual o autor é capaz de tomar uma posição peremptória, recorrendo à argumentação e à exemplificação na apresentação e explicação dos dados que sustentam o seu modo de encara o problema.

A agressividade do texto volta a decrescer na próxima tipologia. Reflictamos um pouco acerca do...

Texto de reflexão



Através do texto reflexivo (ou de reflexão), pretende-se somente sugerir uma análise à realidade, sob o prisma de um indivíduo, que está a redigir o texto. Este, por meio de juízos de valor e exemplos devidamente articulados, não deseja mais do que insinuar um ideal, não se confundindo este propósito com o do texto de opinião. Estes dois textos de apreciação crítica terão em comum, porém, que ambos obedecem à forma canónica textual, e, apesar de tudo, comunicam ao leitor uma posição parcial face a uma matéria logo à partida.

O mesmo não se pode dizer a respeito da...

Dissertação


Por último, mas não menos importante (como diriam os nossos amigos ingleses), temos a dissertação: "exposição minunciosa, oral ou escrita, de um assunto doutrinário" - limitou-se a definir, vagamente, o Dicionário de Língua Portuguesa da Priberam Informática e da Porto Editora (1996). Um pouco mais dissertadores podiam ter sido eles, pois acabaram por mutilar a definição retirando-lhe detalhes importantes. Falta acrescentar-se que a dissertação visa a defesa, a contestação ou meramente a discussão de um tema.

Por razões de alongamento e clareza, convém que o tema a explorar seja delimitado e equilibrado. Desta forma, poder-se-ão reunir argumentos apropriados e eficazes, que farão parte de uma fase de desenvolvimento do texto, obviamente consecutiva à introdução e à conclusão.

Ao plano dialéctico (onde a dissertação desempenha um papel de destaque), fazem parte três momentos fulcrais: a tese, a antítese (que nega a tese) e a síntese (que supera a tese e a antítese, tomando de cada uma os pontos mais difíceis de refutar).

-- Conclusão ---

De um modo geral, pode-se então sintetizar:

  • Todas as tipologias textuais referidas têm em comum: a frase declarativa, o tempo presente do indicativo, as expressões de carácter modal, os artivuladores discursivo, o discurso na terceira pessoa, a estrutura canónica...
  • Para além disto, o texto expositivo é quase imparcial, ao passo que o texto expositivo-argumentativo é totalmente partidário; o texto de opinião persuade para uma crença, enquanto o texto reflexivo sugere uma ideia; e a dissertação, o texto mais extenso dos cinco, mostra um raciocínio do seu autor, na direcção de uma conclusão que é a síntese (emerge da tese e da antítese).

Ângela Silva

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Poesia
A noite caí e o frio vem.
Com tanto medo, não sou niguém.
Fico confuso com tanta escuridão,
que até arde meu coração.
Sinto o nevoeiro obscuro,
colocando-me cego.
Não me preocupa,
a noite é escura
e ao mesmo tempo clara.
Catarina Carreiro

sábado, 17 de novembro de 2007

Escrever em bom Português!


Como ainda somos caloiros na arte de manter um blogue, fomos procurar algumas sugestões pela rede. Acabámos por encontrar algumas muito proveitosas, que não resistimos a publicar:

Eis algumas regras importantes a escrita de artigos em bom Português, nos nossos blogues:



  • Evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc. ;

  • É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico;

  • Anular aliterações altamente abusivas;

  • não esquecer as maiúsculas no início das frases;

  • Evitar lugares-comuns como o diabo foge da cruz;

  • O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário;

  • Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in;

  • Evitar o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, tá fixe?

  • Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa merda;

  • Nunca generalizar: a generalização é um erro em todas as situações;

  • Evitar repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida;

  • Não abusar das citações. Como se costuma dizer: "Quem cita os outros não tem ideias próprias";

  • Frases incompletas podem causar

  • Não ser redundante: não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repitir a mesma ideia várias vezes;

  • Ser mais ou menos específíco;

  • Frases com apenas uma palavra? Jamais!

  • A voz passiva deve ser evitada.

  • Utilizar a pontuação correctamente o ponto e a vírgula especialmente será que já ninguém sabe utilizar o ponto de interrogação

  • Quem precisa de perguntas retóricas?

  • Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca convém usar siglas desconhecidas;

  • Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação;

  • Evitar mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!";

  • Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha;

  • Não abusar das exclamações! Nunca! O texto fica horrível!

  • Evitar frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas contida, e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas;

  • Cuidado com a hortografia, para não estrupar a lngúaa portuguêza;

  • Ser incisivo e coerente, ou não;

  • Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai deixando seu texto pobre - causando ambiguidade - e esquisito, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo;

  • Também é de um corisco mal amanhado que a gente se ande maniando usando expressões que depois este mundo e metade doutro fiquem sabendo qual a região onde mora o petxeno que está escrevendo!


Adaptado de http://tuxvermelho.blogspot.com/2007/07/escreva-em-bom-portugus.html


Ângela

sexta-feira, 16 de novembro de 2007


Benvindos aos blogue "O saber ocupa ESTE lugar"!


Que havemos de escrever para o enaugurar? Manda o bom senso que deixemos uma frase sonora, para que o nosso estimado leitor nos guarde na sua memória. Assim, esperançosamente voltará em breve para consultar a evolução no nosso blogue!...


Então aqui vai, em jeito de conselho:


"A educação é para a alma o que a escultura é para um bloco de mármore." (Joseph Addison)



Agora, caro amigo, talhe com cuidado a sua alma, e não hesite em perguntar ao pessoal do site se precisar de esclarecer alguma dúvida! Participe no nosso mural!




... e volte sempre!