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sábado, 1 de dezembro de 2007

1 de Dezembro: Dia Mundial da LUTA CONTRA A SIDA

Hoje é 1 de Dezembro, considerado o Dia Mundial da SIDA desde 1988. Aproveitando a ocasião, que é propícia, e uma vez que a SIDA é uma realidade, como alunos de ciências, optámos por expôr agora um pouco daquilo que se conhece sobre este síndroma.

A SIDA é provocada pelo famoso HIV, que é um vírus (aliás, um retrovírus, pois o seu genoma é de RNA). Este, ataca as proteínas da membra de algumas células e também de linfócitos, que são uma espécie de glóbulos brancos que existe, entre outros, no sangue e na linfa, e cuja função é criar anticorpos. Assim, a informação genética do HIV funde-se com a da célula atacada, adulterando-a.

O linfócito começa então a produzir os chamados virions, em quantidades tão grandes que acaba por estoirar. É a morte celular, ou apoptose. Se preferir, pode imaginar a situação como um suicídio do linfócito, que é provocado pelo retrovírus HIV.
Como é do conhecimento geral, o HIV pode ser transmitido. Quando isto acontece, somente uma ou duas semanas depois há possibilidade de haver febre, mal-estar, vermelhidão na pele (eritremas)... fenómenos que desaparecem, mesmo sem tratamento, passadas algumas semanas.

Num segundo estágio, o HIV praticamente não é detectável, pois, curiosamente, o organismo consegue, de facto, combatê-lo. De qualquer forma, o indivíduo é considerado seropositivo. Isto, durante cerca de oito anos...

Quando o número de linfócitos (aqueles tais corpos responsáveis pela imunidade do organismo) se torna progressivamente mais baixo, e rareia até menos de 200 linfócitos por mililitro de plasma, o organismo é portador de SIDA. Nesta altura, começa a perda de peso, cansaço, tosse... enfim, o resultado das doenças oportunistas que aproveitam a susceptibilidade do organismo para se infiltrarem. Infelizmente, até hoje não foi encontrado nenhum método de evitar a morte subsequente a esta etapa.

O HIV pode ser transmitido por via intravenosa, sexual ou vertical (mãe-filho). Como tal, é altamente desaconselhável a manutenção de relações sexuais sem preservativo, especialmente com múltiplos parceiros, e, claro, a partilha de agulhas na toxicodependência. Do mesmo modo, se recomenda aos profissionais de saúde que primem na higiene, pois uma ferida indectectável na mão do médico que toca numa ferida do paciente é o suficiente, em 1 em cada 100 casos, para haver infecção. Contudo, nunca é demais repetir que o indivíduo com SIDA não deve ser discriminado: afinal, o HIV não se transmite pelo toque, beijos, espirros, água da piscina, etc..

Feitas as contas, em todo o mundo há mais de 45 milhões de pessoas infectadas, estimando-se um contágio de 15 mil por dia! Portugal já soma os 42 mil casos detectados de seropositividade, o que deve ser motivo para reflexão.

O diagnóstico da seropositividade é feito por sorologia, isto é, análise sanguínea. Por sua vez, os tratamentos para esta complicação geram, muitas vezes, um decréscimo na qualidade de vida de quem os toma. Aliás, a própria esperança de vida do organismo é afectada. No entanto, o número de virions fica eficazmente controlado, prolongando, contanto, o tempo de vida do indivíduo.

Tudo indica que a SIDA tenha aparecido de uma versão semelhante que afectava os símios, em África. Caçadores terão contactado com o sangue de animais infectados, adquirindo o síndroma. Entretanto, surgiram vários casos da infecção nos EUA, de início entre homosexuais, e mais tarde tinha-se expandido por todo o mundo, e naturalmente alastrou-se até aos heterossexuais.
O combate à seropositividade em Portugal passa, entre outros por um programa do Ministério da Saúde, em colaboração com várias ONG, no qual se previne o contágio por seringas usadas. Distribui-se, para tal, o KIT SIDA, que contém:
  • Duas seringas estéreis;
  • Dois toalhetes embebidos em álcool a 70º;
  • Um preservativo;
  • Uma ampola de água bi-destilada;
  • Um filtro;
  • Uma bula com informação prática sobre comportamentos que permitem reduzir os riscos de transmissão da SIDA e das hepatites.
Existe também o projecto FightAIDS@Home: uma iniciativa do The Scripps Research Institute em parceria com a IBM, que visa utilizar o poder de processamento de milhares de computadores pessoais para auxiliar na pesquisa da AIDS. O projeto permite que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, doe a capacidade de processamento ociosa de seu computador em benefício da pesquisa por melhores medicamentos e em busca de uma possível cura da doença. Não hesite em aceder à página e aderir através da seguinte hiperligação:
Este tipo de projectos é muito importante na linha da prevenção da infecção com HIV, não só este último (FightAIDS@Home), como o projecto KIT SIDA, e mesmo a iniciativa que nós tomámos neste blogue. Acontece que uma mentalidade esclarecida em relação a estes assuntos permite enfrentar o mundo com mais segurança e também justiça. Não nos podemos esquecer da situação vergonhosa que se passou há umas semanas, quando um cozinheiro com HIV foi despedido do restaurante onde trabalhava, alegadamente por ser portador do retrovírus (hoje consta que o seu despedimento adveio apenas da caducidade do contrato, e que o cozinheiro, de origem africana, até já encontrou um trabalho noutro restaurante...). Agora que já temos dados para julgar, já podemos impôr a nossa opinião...

Deixem, portanto, que congratulemos a iniciativa da Associação Médicos Com Escolha, que promoveram hoje, Dia Mundial da Luta contra a SIDA, um almoço confeccionado por seropositivos.

Ângela

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