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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Debate com heterónimos e ortónimo

Aqui está uma introdução ao texto dramático em questão. Para uma leitura integral, descarregue o documento em pdf. clicando na hiperligação.
Nota: Escrevi-o com recorrendo a algumas citações. Espero que gostem... e comentem!

Personagens:
· Entrevistador (homem novo na sua profissão, tímido, inseguro, não gosta muito de Pessoa e tem sempre receio de não conseguir uma boa entrevista…);
· Ortónimo (Fernando Pessoa, o próprio, com chapéu e óculos característicos, uma fala de alguém muito caaaalmo, cansaaaado… Recorda a sinceridade/fingimento, dor de pensar, consciência/inconsciência. Fala num registo extremamente cuidado, por vezes incompreensível para quem o ouve.);
· Álvaro de Campos (indumentária moderna, com alguns artigos mesmo ridículos. Na entrevista passa pelas 3 fases: Decadentismo – tédio, Futurismo e Sensacionismo – elogio da sociedade moderna, euforia, estupefacientes; e Intimismo – depressão… Fala muito abertamente, sem preconceitos.)
· Ricardo Reis (veste-se como um hippy. Clacissismo, Carpe diem, estóico-epicurismo, ataraxia, drama da fugacidade da vida e fatalidade da morte. Fala de forma mais ou menos clara.)
· Alberto Caeiro (vem trajado de pastor, com uma ovelha no colo. Veio contrariado para a entrevista, uma vez que não aprova a discussão metafísica. Valoriza a Natureza e a simplicidade, e as sensações. Fala como uma criança.)

Continua... se clicarem na hiperligação acima!

Ângela Silva

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ricardo Reis

Ricardo Reis aconselha a ordem das coisas e elogia a calma da vida campestre. Todaviamostra-se ressentido e calculista num texto estilisticamente laborioso.De facto, esse ressentimento é causado pelas ameaças de Fatum, Velhice e Morte. Para ultrapassar esste sofrimento, Reis pretende iludir a dor, construindo um destino no restrito âmbito da liberdade concedida pelos deuses, como se pode observar na composição poética " Só esta liberdade nos concedem". Contudo, Reis desconfia da liberdade e alegria dos deuses do Olimpo, pressentindo a presença de uma entidade maior: o Fatum. O destino, ao qual tudo se submete, dita a nossa caminhada para a morte.
O heterónimo em análise procura um remédio para os seus males na antiguidade clássica. Na verdade,já os gregos viviam a angústia relacionada com a fugacidade da vida e das coisas, tentando ultrapassar estwe sofrimento através da perfeição estética. Assim, Reis formula uma filosofia estóico-epicurista. Nesta linha. o homem de sabedoria edificar-se-á, conquistando a autonomia interior na restrita área de liberdade que lhe ficara. Essa conquista começa, numa primeira fase, por um acto de abdicação voluntária a um destino involuntário. Posto isto, o homem, antecip+ando o destino, aceita voluntária e livremente a morte. Seguidamente, deve evitar as ciladas da fortuna, protegendo a alma de instintos e paixões que fazem esquecer a vida,nosso único bem.

Catarina Carreiro