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domingo, 25 de novembro de 2007

Texto de reflexão: "Será possível COMUNICAR sem PERSUADIR?"


Que pensa o leitor? Será possível comunicar sem persuadir? Encontrei esta frase interrogativa, em jeito de pensamento do dia, num site, algures pela rede, quando estava a pesquisar para redigir, precisamente, o artigo anterior (que, já agora, recomendo vivamente a quem tiver um tempinho! Hi!, hi!, hi!...) Num primeiro impacto, parecia-me que tinha uma resposta na ponta da língua para aquela pergunta: julgava eu que sabia alguma coisa sobre comunicação...

Voltei a pesquisar, e descobri, com algum espanto, que a comunicação deriva do termo latino communicatiõne, que por sua vez designava o acto de participar, tornar comum. Aliás, foi esta a origem das palavras comum, comunista, comunhão... Desta forma, somos obrigados a reconhecer que o sentido de "conferenciar" a que frequentemente associamos a palavra "comunicar", ainda que não seja inadequado, não chega, por si só, para definir comunicação.

Para todos os efeitos, comunicar é fazer passar algo do comum para o colectivo; e processa-se quer se troque informação com significado, quer não. Ou seja, existe comunicação quando há partilha de mensagens, experiências, sensações, emoções... Por conseguinte, cinquenta pessoas, quietas e mudas, a admirar um filme na casa de cinema, estão efectivamente a comunicar entre si!

Por sua vez, "persuadir", originário no termo persuadere (igualmente de génese latina), exprime o acto de levar alguém a crer, aceitar ou decidir fazer algo - que, sem embargo do que consta, nem sempre resulta é sinónimo de iludir ou lesar o persuadido. O efeito pode ser obtido não só usando palavras (textos, discursos, campahas...), como até recorrendo à coacção (mas só em casos extremos!)...

Será, então, possível comunicar, sem persuadir? Sabendo que existe comunicação sem significado (como a partilha de uma experiência como o hipotético filme na casa de cinema), a resposta é... SIM, é possível. Na realidade, apesar de a persuasão ser um conceito também abrangente, não existe qualquer intenção de fazer prevalecer uma ideia quando nem sequer existe a transmissão desta ideia!

Ainda assim, o erro poderia ser desfeito se o autor da pergunta referisse que a comunicação tinha que ser intelegível. Assim, sim, seria impossível comunicar sem persuadir...


Conclusão: "Se o aspecto não fosse apenas a aparência, quase tudo e todos tinham aspecto". Ora aqui esta outra frase com bom aspecto, mas que, como a anterior, só tem a aparência!...

Ângela

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