Para Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente, não querendo saber de outros tempos, e de impressões, sobretudo visuais, e porque recusa a introspecção, a subjectividade, sendo o poeta do real objectivo.
Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero, o fazer coincidir o ser com o estar, o combate ao vício de pensar, o ser um ser uno, e não fragmentado.
· Discurso poético de características oralizantes (de acordo com a simplicidade das ideias que apresenta): vocabulário corrente, simples, frases curtas, repetições, frases interrogativas, recurso a perguntas e respostas, reticências;
· Apologia da visão como valor essencial (ciência de ver)
· Relação de harmonia com a Natureza (poeta da natureza)
· Rejeita o pensamento, os sentimentos, e a linguagem porque desvirtuam a realidade (a nostalgia, o anseio, o receio são emoções que perturbam a nitidez da visão de que depende a clareza de espírito)
· Objectivismo
- apagamento do sujeito
- atitude antilírica
- atenção à “eterna novidade do mundo”
- integração e comunhão com a Natureza
- poeta deambulatório
· Sensacionismo
- poeta das sensações tal como elas são
- poeta do olhar
- predomínio das sensações visuais (“Vi como um danado”) e das auditivas
- o “Argonauta das sensações verdadeiras”
· Anti-metafísico (“Há bastante metafísica em não pensar em nada.”)
- recusa do pensamento (“Pensar é estar doente dos olhos”)
- recusa do mistério
- recusa do misticismo
· Panteísmo Naturalista
- tudo é Deus, as coisas são divinas (“Deus é as árvores e as flores/ E os montes e o luar e o sol...”)
- paganismo
- desvalorização do tempo enquanto categoria conceptual (“Não quero incluir o tempo no meu esquema”)
- contradição entre “teoria” e “prática”
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
- Verso livre
- Métrica irregular
- Despreocupação a nível fónico
- Pobreza lexical (linguagem simples, familiar)
- Adjectivação objectiva
- Pontuação lógica
- Predomínio do presente do indicativo
- Frases simples
- Predomínio da coordenação
- Comparações simples
- Raras metáforas
quinta-feira, 6 de março de 2008
Alberto Caeiro
João Fagundo
Publicada por Administração à(s) quinta-feira, março 06, 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário