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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Momerial Do Convento

Estrutura da obra

Narração Histórica:
Construção do Convento de Mafra( promessa de D. João V)
  • sofrimento do povo;
  • os autos-de-fé;
  • casamento de D. Maria Bárbara com D. Fernando.

Reinvenção da História pela Ficção:

Acção Central( edificação do convento)

  • primeira linha: a família real e a promessa do rei;
  • segunda linha: construção do convento graças ao sacrifício dos homens;
  • terceira linha: história de amor entre Baltasar e Blimunda;
  • quarta linha: sonho e desejo de construir uma máquina voadora.

Narrativa ficcional:

Construção da passarola.

Classificação do Romance

Romance Social e de Intervenção:

  • destaque da gente oprimida e humilde daquela época;
  • reenvio do leitor para repressão existente no século XX.

Romance de Espaço:

  • apresentação de um conjunto de quadros e cenários históricos ( Lisboa, Mafra, Terreiro do Paço, S. Sebastião da Pedreira, Odivelas.

Romance Histórico:

  • minuciosa descrição da sociedade portuguesa do século XVIII: sumptuosidade da corte; exploração dos operários; autos-de-fé; e Guerra da Sucessão.

Metaficção Historiográfica:

  • registo dos factos narrados pela História ou pela ficção de personagens integradas nela;
  • abstracção do tempo e do espaço, sendo os heróis os modelos representantes da massa popular.

Personagens

Personagens Históricas:

  • D. João V: devasso, infantil,megalómano.
  • Padre Bartolomeu Lourenço: sonhador.

Pesonagens Ficcionais:

  • Blimunda: mulher mística; capaz de ver por dentro das coisas.
  • Baltasar: maneta; unido magicamente com Blimunda; sonhador.
  • Povo: explorado pelas classes dominantes.

Simbologia

  • Sete Sóis e Sete Luas: união perfeita complementada pelo número sete e as três sílabas do seus nomes;
  • a perda da mão de Baltasar: perda do passado, ganhando Baltasar uma dimensão espiritual pela perseverança e luta;
  • a força do olhar de Blimunda: elemento mágico, essencial à recolha das vontades dos homens;
  • proliferação do número sete: símbolo da perfeição, união, magia.

Processo Narrativo

  • narrador heterodiegético e omnisciente;
  • comentários;
  • divagações;
  • ironia;
  • empréstimos do seu estatuto de narrador;

Tempo:

  • aproximação da época retratada e distanciamento dela com recurso a prolepse, a elepse, a anacronias e à desfasagem entre o tempo da história e o tempo do discurso ( visitas guiadas ao Convento ).

Espaço:

  • muitas referências aos espaços físicos de Lisboa e Mafra;
  • apresentação nesses espaços de grandes multidões de modo a apresentar as desigualdades sociais ( a maioria é pobre e a minoria é rica ).

Visão Crítica:

  • releitura da história devido à ironia e ao distanciamento histórico em relação ao poder de D. João V e à Inquisição;
  • uso da construção do convento para mostrar a importância da vontade e do sonho dos homens essenciais à criação da liberdade e da evasão;
  • crítica feroz às classes sociais elevadas e simpatia pelas classes desfavorecidas.

Estilo e Linguagem de Saramago

  • ruptura com a norma linguística, nomeadamente a nível da pontuação, do discurso directo e do uso de maiúsculas no interior do discurso;
  • dificuldades na distinção das vozes presentes e dos comentários do narrador;
  • frase contínua;
  • discurso directo livre, não existindo fronteiras entre o diálogo, a narração e a descrição;
  • importância da vírgula que se sobrepõe a todos os outros sinais de pontuação;
  • ausência de pontos de interrogação e exclamação;
  • tom coloquial;
  • estilo espontâneo e dialogal.

Catarina Carreiro

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