THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ricardo Reis

Ricardo Reis aconselha a ordem das coisas e elogia a calma da vida campestre. Todaviamostra-se ressentido e calculista num texto estilisticamente laborioso.De facto, esse ressentimento é causado pelas ameaças de Fatum, Velhice e Morte. Para ultrapassar esste sofrimento, Reis pretende iludir a dor, construindo um destino no restrito âmbito da liberdade concedida pelos deuses, como se pode observar na composição poética " Só esta liberdade nos concedem". Contudo, Reis desconfia da liberdade e alegria dos deuses do Olimpo, pressentindo a presença de uma entidade maior: o Fatum. O destino, ao qual tudo se submete, dita a nossa caminhada para a morte.
O heterónimo em análise procura um remédio para os seus males na antiguidade clássica. Na verdade,já os gregos viviam a angústia relacionada com a fugacidade da vida e das coisas, tentando ultrapassar estwe sofrimento através da perfeição estética. Assim, Reis formula uma filosofia estóico-epicurista. Nesta linha. o homem de sabedoria edificar-se-á, conquistando a autonomia interior na restrita área de liberdade que lhe ficara. Essa conquista começa, numa primeira fase, por um acto de abdicação voluntária a um destino involuntário. Posto isto, o homem, antecip+ando o destino, aceita voluntária e livremente a morte. Seguidamente, deve evitar as ciladas da fortuna, protegendo a alma de instintos e paixões que fazem esquecer a vida,nosso único bem.

Catarina Carreiro

0 comentários: